Um mergulho profundo no interior do Brasil. Longe das grandes cidades, em meio ao Pantanal na fronteira com a Bolívia, onde poucas pessoas habitam extensas terras, ocupadas pela criação de gado e cavalos, ladeadas pela natureza indomesticável de animais únicos dessas paisagens belas e misteriosas.
Essa é a proposta do filme "O Anel de Eva", que estreia no dia 13 de junho nos cinemas de todo o Brasil. Um filme genuinamente mato-grossense: pensado, filmado e liderado por um mato-grossense, o diretor Duflair Barradas, que estreia no mundo da sétima arte com um thriller.
Quem assistir ao filme será jogado a um universo real do interior do Brasil que ainda resiste ao avançar do urbano, apesar de já conviver com ele: Um mundo em que pessoas disputam território com caititus, cavalos valem mais que carros e lendas populares são, muitas vezes, verdades.
Se você fosse procurado no mundo inteiro por crimes do passado, não escolheria um lugar desses para se esconder? E se a busca ao passado de colocar frente a frente com verdade terrível? O Leiagora conversou sobre isso e muito mais com o diretor de O Anel de Eva, Duflair Barradas:
Leiagora -O Anel de Eva está para estrear nos cinemas agora, dia 13 de junho, nos cinemas de todo o Brasil. Qual é a sensação?
Duflair Barradas - Olha, a primeira coisa é que é uma longa jornada, né? A gente está há muitos anos trabalhando nesse filme, passou por altos e baixos, conquistas e derrotas, e ver no cinema agora, estreando como tem que ser: na tela, no cinema comercial, é um fato novo para a gente aqui de Mato Grosso.
A gente não vê filmes nossos o tempo todo no cinema. E para mim, como meu primeiro longa, como meu primeiro filme, é uma grande realização mesmo, né? Eu recebi inclusive fotos de amigos na frente do poster no cinema e foi super legal. A reação das pessoas, "olha aqui, pô, seu filme", e tal.
Então, é um momento assim de bastante felicidade com esse projeto que agora, de vez, vai para o mundo. As pessoas vão ver o filme e a gente acredita que o resultado final ficou muito bom.
Leiagora - Como você falou, é um filme de Mato Grosso no cinema comercial. Ele foi gravado aqui, no Pantanal mato-grossense. Você pode falar um pouco do que o espectador daqui de Mato Grosso vai encontrar quando assistir ao filme em termo de locações?
Duflair Barradas - Então, ele vai ver Mato Grosso para começar. É uma experiência diferente de você ver o sistema nacional, que basicamente é aquilo: São Paulo. Os grandes orçamentos são filmes do Rio com sotaque carioca.
Ele vai ver Chapada, as imediações de Chapada, a região de Cáceres, da fronteira do Brasil com a Bolívia. Ele vai ver um pouco do universo rural de Mato Grosso, das fazendas de criação de cavalos. Vai ver o interior do Mato Grosso, né? Tem fachadas da cidade de Cuiabá, tem fachadas da cidade de Cáceres. Quem conhece o estado vai se reconhecer dentro do filme. Leiagora -Nesse processo vocês trouxeram para cá a Suzana Pires, o Odilon Wagner e outros atores do grande eixo do cinema nacional. Como foi essa experiência de trazê-los aqui e de apresentar Mato Grosso para eles?
Duflair Barradas - Olha, eu acho que um dos grandes atributos do filme, um dos grandes valores que o filme tem são as interpretações excelentes desses atores. Então fazer com que o público acredite naquela cena envolve várias áreas, tanto a parte técnica quanto a parte narrativa, e passa pela interpretação, né?
Então, ter bons atores, não só atores famosos, mas bons atores, que entraram de cabeça no filme, se dedicaram, vieram para cá para preparação, para aprender a montar cavalo, para aprender a atirar, para aprender a lidar com as coisas da fazenda, faz a diferença para o filme, né?
Eu brinco assim, que seria um outro filme se não fossem atores tão bons. E isso também traz uma projeção para o estado. O filme é mato-grossense, o filme foi filmado aqui e traz talento de fora, que é uma forma também de integrar com outras regiões e integrar com o país todo, porque são rostos conhecidos. Assim a gente não deixa uma coisa muito restrita só ao nosso estado Leiagora - O restante do Brasil agora vai conhecer um pouco mais de Mato Grosso?
Duflair Barradas - Eu acho que vai ver não só Mato Grosso, mas vai ver também um pouco do interior do Brasil. O interior mais profundo, mais fronteiriço. Fora dessa coisa que a gente vê próximo aos grandes centros.
A região na fronteira ali da Bolívia, perto de Cáceres, é uma região completamente diferente do interior que você vê no interior do Rio de Janeiro, interior de São Paulo, interior de outros lugares mais conhecidos onde se produz filmes.
O Pantanal também, o Pantanal mato-grossense, está presente ali na ambientação. Isso cria também uma valorização, porque é nosso, é daqui. Acho isso bem interessante. Leiagora -Você citou que não são apenas atores famosos, são bons atores e que o filme não seria o mesmo se não fosse a participação deles. O que o espectador pode esperar da interpretação deles?
Duflair Barradas - Cara, pode esperar enxergar a realidade, né? Como diretor, eu prezo muito ver uma cena e não ter aquelas falhas de manuseio dos objetos particulares daquele universo, do falar, das ações, né?
A interpretação deles traz realidade para esse mundo, traz uma habilidade que parece natural, que eles convivem com aquele mundo, com aquele universo agro, com aquele universo do cavalo, da caça, da fazenda…
E também uma naturalidade para transmitir as falas, para transmitir os diálogos, que leva a gente para um lugar que de fato parece ser a realidade pela tela do cinema.
Leiagora - E sobre a trama, conta um pouco sobre o mote da trama?
Duflair Barradas - A trama iniciou-se como um drama de personagem, de uma busca de identidade, e foi se encaminhando, à medida que o filme foi amadurecendo, para uma espécie de um thriller que envolve essa busca por identidade, mas que traz perigos nessa busca.
A gente tem diversas complicações nessa procura da Eva por saber a verdade do seu passado. Coisas inusitadas como a presença de nazistas no interior do Brasil, que a gente sabe que isso aconteceu. Existem relatos, documentos, mas a gente não convive com isso no dia a dia.
Esse elemento com uma roupagem nova, que é essa coisa da fazenda, do isolado, daquela coisa que as pessoas não sabem o que existe lá dentro daquele mundo particular. Então a gente apresenta essa premissa e isso traz diversas complicações no caminho da nossa protagonista.
Tudo isso somado a vários elementos de suspense, à medida que foi se construindo a montagem do filme, a parte de som, a parte estética do filme mudou bastante. Era um filme mais claro, mais diurno, e ficou um filme mais pesado, mais sombrio. Leiagora -Bom, você quer deixar um convite para as pessoas para que elas possam assistir ao filme?
Duflair Barradas - Tenho muito orgulho de falar que O Anel de Eva é um filme que tem que ser experienciado no cinema, tanto pela qualidade sonora, pelas trilhas compostas exclusivamente para o filme, são mais de 20 trilhas exclusivas, o desenho de som em Dolby Digital, que é um som especializado, a fotografia que está belíssima.
A experiência de assistir no cinema te aproxima muito mais daquilo que o autor, o diretor, pensou para o filme. Diferente de você ver em casa. Então, faço o convite para que você vá ao cinema, prestigie o cinema nacional, veja um filme com boa qualidade, com uma boa história, que vai orgulhar bastante os mato-grossenses e os brasileiros como um todo.
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